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Galeria expõe o potencial de agências independentes no Brasil

Fonte: Propmark

28 de março de 2023

A indústria da criatividade semeia um terreno fértil para novas empresas. Uma delas é a Galeria. Concebido em pleno surto da Covid-19, o negócio é uma resposta dos sócios-fundadores Eduardo Simon (CEO), Rafael Urenha (CCO), Paulo Ilha (CMO) e Pedro Cruz (CSO) ao mercado.

“Existe espaço para agências locais e independentes com capacidade de reagir rápido às transformações”, diz Edu Simon. Criatividade, mídia e planejamento colocam a propaganda brasileira em vantagem. Segundo Simon, a qualidade do trabalho cai em modelos que separam as disciplinas. Daqui a três anos, agências com formatos inovadores devem dividir espaço com grupos internacionais no ranking das 20 agências. “Vai ser mais ou menos meio a meio”, aposta Simon.

Egressos da DPZ&T, do grupo francês Publicis, os líderes da Galeria se sentiam desconfortáveis com a impossibilidade de atuar conforme a velocidade de mudanças ditadas pela tecnologia. Dos dados e inteligência artificial à gestão de talentos, essa dinâmica trava quando “os principais acionistas não olham para o Brasil como mercado prioritário”, argumenta Simon.

Mas a Galeria não fez vista grossa. Abriu a operação com o aval de clientes como Itaú, Natura e McDonald’s, e hoje transforma o mercado com 400 colaboradores desafiados a resolver os problemas das marcas. Cervejaria Colorado e a conta global dos azeites Gallo são as novas conquistas.

Valores e afinidades definem a forma pela qual os clientes passam a fazer parte da Galeria. “Temos a sorte de ter clientes que apostam nas transformações conosco”, afirma a head de negócios Ana Coutinho, que tem um time de liderança formado só por mulheres. Metade da força de trabalho da agência (52%) é feminina. “A gente tem de puxar, inspirar e dar oportunidade”, ressalta Ana.

Baseada em performance,  a remuneração coloca cliente e agência do mesmo lado. “Reunimos todas as disciplinas de criatividade para simplificar a comunicação da marca”, define Simon. Endossados pelo estilo one-stop-shop, generalistas administram essas disciplinas por meio de hubs compostos por times especializados. Um deles é o Vitrine, de mídia out-of-home.

“O OOH ainda trabalha com roteiros de faces, que não representam os dias de hoje”, situa Paulo Ilha, chief media officer da Galeria. Profissionais treinados, ferramenta-proprietária, uso de dados para planejamento e mensuração de resultados chancelam o sucesso da operação, que honra o papel da mídia exterior, prestando serviço às cidades.

Decisões de mídia serão cada vez mais automatizadas e algoritmos apoiarão decisões tomadas pelos profissionais. “Não vejo outro caminho para OOH, TV aberta e pay TV, senão o mesmo que já é seguido pela mídia programática”, acredita Paulo Ilha. Mas falta preparo.

Recursos existem, porém, não estão sendo utilizados. “Essa é uma das razões pelas quais a gente tem bastante sucesso na Galeria”, compara Paulo Ilha. Desse modelo de trabalho surgem projetos mais falados que muitas campanhas criadas por concorrentes há décadas no mercado.

“O poder da comunicação precisa ser colocado a serviço da sociedade. Mas a ideia tem de ser escalável. Não adianta achar um problema, de algum país afastado, fazer um negócio superlegal, mas que ninguém entende, e ficamos sem saber se, de fato, fez diferença na vida das pessoas”, comenta o CCO Rafael Urenha, que comanda uma equipe de aproximadamente 90 pessoas.

Com o piloto britânico Lewis Hamilton, a Galeria colocou o Itaú Personnalité na poli position das conversas entre os brasileiros. “A marca passa a ser útil pelo engajamento com o piloto, que é fã de um dos maiores ídolos do Brasil, Airton Senna. Não dá para ser só discurso”, insiste Urenha.

Em vez de campanhas, soluções criativas embasam relacionamentos multidimensionais. “A reação de um projeto vira outra comunicação, e reger essa orquestra é cada vez mais complexo”, atenta Simon.

Música para os ouvidos, o projeto da agência avança com maestria. E atrai novo ritmo de trabalho ao som de talentos que agora podem vir de qualquer lugar, e que encaram o escritório como um celeiro de ideias.

“Estamos chegando a um equilíbrio entre o trabalho físico e o remoto, e entre os diferentes perfis de criativos. Mas o olho no olho é insubstituível. Tem um momento, em que a magia acontece, é quase um curto-circuito, e não vi essa magia acontecendo em videoconferências”, relata Urenha.

O ambiente de trabalho flexível inspira as novas gerações. “O escritório deixou de ser um local onde a gente tem de ir, para um lugar onde a gente quer ir. Não dá mais para ter baias isoladas”, alerta Simon.

Cafeteria, arquibancada, área externa com 300 metros feita para estimular o compartilhamento de ideias, cobertura com mesão para que as pessoas possam trabalhar ao ar livre e um balcão que corta toda a agência respondem ao modelo mental exposto pela Galeria.

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