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Organizações bem administradas são mais cidadãs

Fonte: Meio e Mensagem

26 de setembro de 2023

Lá no comecinho deste ano, conheci o conceito de “cidadanizar”, que tem a ver com buscar organizar e agir para tornar o mundo um lugar melhor – algo que compartilhei aqui neste mesmo espaço do Meio e Mensagem. Desde então, tenho reparado nas muitas formas de nos tornarmos mais cidadãos e mais preocupados em impactar o mundo de maneiras positivas.

Daqui onde estou, numa cadeira institucional e setorial, tenho acompanhado e observado movimentos de “cidadanizar” que chamam minha atenção. É o caso de algumas mudanças das organizações do nosso setor, que têm se reorganizado em prol de uma maior responsabilidade pelo desenvolvimento da publicidade brasileira. Esse é um movimento recorrente, que já foi realizado no passado e que voltou a acontecer nos últimos meses em algumas das principais associações do setor. O CONAR, por exemplo, iniciou em meados de 2022 uma nova gestão, assim como o CENP, que renovou no início deste ano a sua governança, mesma época em que a ABAP apresentou uma nova diretoria.

Esses movimentos são, na minha opinião, muito positivos! Estar a disposição e defender interesses coletivos são bases do exercício da cidadania e podem indicar que estas instituições estão se colocando em um papel cidadão, de entendimento de como o setor evoluiu até hoje e de responsabilidade coletiva para cuidar e construir o nosso futuro.

Muitos observam de fora, leem as notícias, mas talvez não tenham dimensão do impacto desse “trabalho de formiguinha” de administrar, que precisa estar azeitado pelo lado de dentro. Estou falando de algo gigantesco e essencial, porque tem a ver exatamente com a revisão da governança, ou seja, da forma de administrar essas associações. Sou uma eterna defensora de que tudo começa exatamente por onde deve vir: pelo cuidado em administrar essas causas.

E como quem faz isso há mais de 10 anos aqui no IAB Brasil, vou contar um segredo: administrar é igual limpar a casa ou carpir um lote. A louça nunca acaba, o capim sempre cresce de novo. É um trabalho sem fim, que precisa acontecer de maneira regular e constante, para que tudo continue progredindo como deve. E por mais importante e árduo que seja esse job de organizar a casa para que a causa continue avançando, ele infelizmente não ganha destaque ou Leão em Cannes.

E tudo bem, também. Quem é que iria colocar na imprensa a notícia de que você carpiu o seu lote ou que lavou a louça da sua pia, não é? Organizar a governança, cortar custos, rever estatutos, gerir pessoas são atividades importantes, mas também são parte do que a gente chama de atividade de bastidor, que está na base do que a gente vê no palco, mas que o público quase nunca vê. Faz parte.

Enquanto acompanho essas mudanças em associações que fazem parte do nosso ecossistema publicitário, tenho consciência de que não dá pra prever o resultado destes movimentos. Mas mesmo sem saber o resultado futuro, vejo com bons olhos o cuidado em renovar gestões, melhor e ajustar sempre que necessário.

Renovar, tanto a nível individual como institucional, acontece quando pensamos no futuro e dedicamos tempo a buscar as melhores maneiras de construí-lo. Na maioria dos dias, essa transformação e evolução acontece nas coxias, com um bocado de gente fazendo seu melhor nos bastidores. E é por isso que decidi usar esse espaço para enaltecer esse trabalho, que muitas vezes passa como invisível, mas que é o que torna possível manter essas causas vivas e fazê-las avançar.

Às pessoas executivas e diretoras destas e de muitas outras associações do nosso setor, o meu desejo de bons ventos e boa sorte.

Confira matéria no Meio e Mensagem

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