Home / Entretenimento e conteúdo no centro das estratégias dos CMOs

Entretenimento e conteúdo no centro das estratégias dos CMOs

Fonte: Meio e Mensagem

17 de outubro de 2023

As marcas precisam criar cultura e se dedicar na construção dos próprios públicos. Essa é a opinião de 86% dos CMOs de nove países, segundo o “Creativity at a crossroads”, novo relatório global da Dentsu Creative. Os líderes acreditam que é necessário haver investimentos em propriedades de conteúdo e entretenimento nos ambientes nos quais os consumidores escolhem ativamente passar tempo.

Conforme o levantamento, 79% dos gestores defendem que, no contexto em que a publicidade é mais fácil de ser ignorada, entreter e envolver o público-alvo nunca foi tão importante. No âmbito da propaganda, apesar da necessidade, 58% opinaram que a publicidade não entretém o suficiente.

Por isso, entre as estratégias de conexão por meio da cultura, 38% dos CMOs contam que investem em branded content; 37% em parceria com influenciadores; e 32% em plataformas de entretenimento. Além disso, 28% deles apostam em programação de TV, 28% em documentários e 21% em podcasts.

Os líderes brasileiros (40%), conforme a Dentsu, têm maior probabilidade de investimento em plataformas de entretenimento. Entre os destaques globais considerados de maior potencial de criatividade, o YouTube e o Instagram dominaram a preferência, com 54% e 51%, respectivamente.

Plataformas de streaming, como a Netflix e HBO Max, em potencial criativo, também se destacam para 42% dos CMOs. Em seguida, o TikTok se equipara com a TV tradicional, com 38% cada, comprovando a percepção do mercado de que a plataforma já é vista pelo marketing como um canal de entretenimento.

Comércio e conteúdo

Para 80% dos CMOs, a tecnologia está mesclando as fronteiras entre comércio e conteúdo, com o entretenimento assumindo papel poderoso no processo de compra. Dessa forma, para a Dentsu, “a capacidade de conectar entretenimento de classe mundial com a compreensão da mídia moderna e das jornadas dos clientes será uma vantagem significativa para as marcas com os recursos certos”.

Patricia McDonald, chief strategy officer da Dentsu Creative, analisa que conhecer e ter a audiência em um momento em que, muitas vezes, parece que terceiros têm muito mais acesso a dados e insights, é o foco dos gestores de marketing no mundo inteiro.

“Tudo realmente decorre desse desejo de se aproximar de uma audiência que está mudando rapidamente e da realização de que não é possível alcançar novos clientes de maneiras antigas. Isso significa construir marcas de outras formas, por meio de experiências, cultura e propósito para se conectar com os clientes nos espaços e conversas que mais importam”, diz.

CMOs e propósito

Por falar em propósito, a maioria dos CMOs (69%) afirma que o mercado passou muito tempo concentrado em propósito e esqueceu como vender. Assim, conforme as lideranças, haverá uma mudança desse conceito, saindo da noção de “projeto paralelo” para pivô impulsionador do crescimento sustentável dos negócios.

Para os entrevistados (78%), com a volatilidade econômica acelerada e exacerbada pela crise climática, “não há mais nenhuma desconexão entre o que é bom para a sociedade e o que é bom para as empresas”. Diante disso, 81% dos CMOs concordam que seus negócios passarão por uma “reviravolta fundamental” em resposta às mudanças do clima.

A maior parte deles (78%) afirma que toda marca deve ter um propósito ético ou uma missão socialmente consciente. Porém, existe o desafio de equilibrar esses posicionamentos com a forma de comunicar. Em outras palavras, ainda há preocupação em relação ao chamado greenwashing. Nesse sentido, agências de criação têm papel fundamental para ajudar os clientes a lidarem com essa dificuldade.

Outra preocupação dos CMOs diz respeito ao nível de polarização – e, às vezes, toxicidade – dos discursos públicos e o impacto dos próprios investimentos nesse problema. Enquanto 86% expressam entusiasmo com o futuro do setor, a pesquisa mostra que é grande o desejo de equiparar objetivos comerciais com decisões éticas. Dessa forma, 62% se preocupam com possíveis consequências adversas de suas campanhas e investimentos no meio ambiente e sociedade.

Já 64% deles temem que seus gastos com mídia possam, inadvertidamente, contribuir para a polarização política, o que levanta questões sobre a importância da publicidade no discurso público. Olhando para o futuro, 81% concordam que as marcas podem usar suas verbas para ampliar vozes independentes e diversas. Aliado ao tema, 88% defendem que a publicidade criativa tem potencial para mudar a sociedade para melhor.

IA e mais tecnologia

Ainda no campo da experiência, a tecnologia tem sido um dos ingredientes usados pelas marcas para interagir com seus clientes. Por isso, 84% dos líderes defendem que todos os aspectos da jornada do cliente, da comunicação ao commerce, podem e devem contar a história da marca. “Os CMOs acreditam firmemente na união da criatividade, tecnologia e craft para moldar experiências de construção de marca”, avalia a Dentsu.

Nesse jogo de sedução do consumidor, as estratégias incluem ideias criativas aprimoradas por ferramentas tecnológicas; interfaces inovadoras, como jogos e mundos virtuais; e interações por meio de realidade aumentada e reconhecimento de imagens. A partir dessas ambições, no cotidiano, os gestores têm investido em um novo kit de recursos.

As tecnologias mais usadas na atualidade são, segundo o estudo, inteligência artificial (IA) generativa (35%), social commerce (34%), avatares virtuais de marca (28%), live streaming (28%), realidade virtual (27%) e realidade aumentada (22%). Blockchain e Web 3.0 também são investimentos para 22% e 20% dos líderes, respectivamente.

No recorte brasileiro, por outro lado, somente 30% afirmaram usar IA generativa nas próprias atividades de marketing e 22% como estratégia da área (sendo que essa média dos países chega a 36%). Em compensação, estão acima da média global a utilização de inteligência artificial (42% versus 36%), realidade virtual (32% vs. 27%), interfaces de voz (28% vs. 21%) e tecnologias de gesto (28% vs. 23%) e realidade aumentada (24% vs. 22%).

CMOs brasileiros

A perspectiva “marca versus demanda” é uma das características relevantes do marketing brasileiro, comenta a chief strategy officer da Dentsu Creative. Os CMOs do País são significativamente mais propensos do que seus pares a concordar que o mercado dá muita ênfase a desempenho, mas deveria reforçar a marca, com 36% de concordância, frente à média global de 28%.

“Curiosamente, ainda que estejam comprometidos com a construção de marca, eles também se interessam muito por personalização. Na verdade, a principal preocupação é como oferecer personalização em escala. Portanto, há um equilíbrio em termos de como construímos uma narrativa de marca consistente, mas de maneira pessoal e contextualmente relevante”, diz.

Sobre o relatório

Para a produção do estudo, a Dentsu entrevistou, de forma online, 700 executivos líderes de marketing em novo países. Participaram pessoas dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, China, Índia, Itália, Espanha e Brasil. O estudo foi feito a partir de pesquisa elaborada pela própria Dentsu e monitorada pela Kadance.

Confira matéria no Meio e Mensagem

Voltar para Início

Notícias Relacionadas

Google vai pagar por conteúdo jornalístico a veículos selecionados
Após manifestações das empresas de notícias, o Google anunciou que planeja pagar pela criação e curadoria de conteúdo para seu novo produto chamado Google News Showcase – no Brasil, Destaques – que começará a funcionar primeiramente no Brasil e na Alemanha e prevê investimentos de US$ 1 bilhão. A empresa fechou contrato com mais de 20 publicações no Brasil […]
O poder dos dados inteligentes
Do impacto contínuo da pandemia no comportamento do consumidor ao aumento acelerado da digitalização de serviços, é seguro dizer que a maneira como os clientes esperam interagir com as empresas de varejo foi transformada para sempre. Não mais contentes com uma abordagem única, os clientes de hoje estão procurando empresas que possam adaptar as ofertas […]

Receba a newsletter no seu e-mail