Home / Demissões em massa nas big techs: como e por que estão acontecendo, e o que esperar do futuro

Demissões em massa nas big techs: como e por que estão acontecendo, e o que esperar do futuro

Fonte: Época Negócios

22 de novembro de 2022

O número total de cortes deve superar os 50 mil em 2022; entenda as razões de cada empresa

Depois da onda de demissões nas startups, as grandes empresas de tecnologia passam pela mesma situação, só que em larga escala. De acordo com uma análise realizada pelo Futurism, após a demissão de 11 mil funcionários da Meta, anunciada pelo CEO Mark Zuckerberg na quarta-feira (11), o número de colaboradores demitidos (ou prestes a serem demitidos) é de cerca de 45 mil pessoas. Outros especialistas apontam que o número pode chegar a mais de 50 mil.

Embora as demissões na Meta e no Twitter, sob o novo comando de Elon Musk, tenham ganhado mais destaque, outras empresas anunciaram grandes cortes de colaboradores. A Amazon tem planos de demitir até 10 mil funcionários de cargos corporativos e de tecnologia a partir desta semana. Além disso, segundo um relatório obtido pelo Bloomberg, a maior demissão em massa em uma big tech deve ocorrer na Intel, com 20% da equipe sendo dispensada. Com mais de 120 mil funcionários, o total de pessoas demitidas pela empresa deve chegar a 24 mil.

A crise das big techs

De acordo com o Business Insider, apesar de serem duras, as demissões em massa não são exatamente uma surpresa no mercado de tecnologia, uma vez que os ganhos em todo o setor enfraqueceram substancialmente em meio à crise econômica. CEOs e especialistas citam diferentes pontos de impacto nas empresas, incluindo o aumento da inflação, o risco de uma recessão global e o retorno dos consumidores ao mundo offline – durante a pandemia, as big techs investiram pesado no mundo online, o que posteriormente prejudicou o preço de suas ações.

No caso da Meta, Mark Zuckerberg afirmou que a redução de 13% na equipe é uma correção de curso depois que a empresa realizou uma onda de contratações durante o boom do varejo online ao longo da pandemia. “Não apenas o comércio online voltou às tendências anteriores, mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da concorrência e a diminuição de anúncios fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava. Eu entendi errado essa evolução e assumo a responsabilidade por isso”, escreveu ele ao anunciar as demissões.

A Meta, que dependia fortemente da publicidade para suas receitas, também foi atingida pelas mudanças na política de privacidade da Apple. O preço de suas ações caiu mais de 20% quando divulgou seus ganhos trimestrais na última semana de outubro. As quedas nas ações também foram a causa das demissões em empresas como Intel, Lyft, Shopify e Snapchat.

A Apple culpou a economia global por sua desaceleração, apesar de ser uma das poucas empresas que ainda anuncia lucros recordes e supera as estimativas. O mesmo acontece com a Amazon: segundo a empresa, reduzir sua força de trabalho é um sinal de que os consumidores estão comprando menos, especialmente semanas antes da temporada de festas, período que tradicionalmente é o melhor do ano para o comércio eletrônico.

Além dos fatores macros que atingem todo o setor, cada empresa também lida com questões específicas. As demissões do Twitter, por exemplo, estão diretamente ligadas à aquisição da empresa por Elon Musk e às mudanças que o bilionário quer aplicar na cultura de trabalho da companhia.

O fato de as demissões em massa nas big techs acontecerem no mesmo período também tem explicação. Amazon, Meta e Google, por exemplo, têm anos fiscais que terminam no final de 2022 ou no início de 2023. Isso significa que essas empresas já estão tentando reduzir os custos de seus balanços agora – antes do encerramento de seus anos fiscais. Assim, se um funcionário for demitido agora e ainda receber seis semanas de indenização, isso reduzirá os custos do primeiro trimestre seguinte. Mesmo que os trabalhadores recebam uma indenização mais longa, como três meses, seus salários estariam fora dos livros fiscais antes do final do primeiro trimestre.

Novamente, a regra sempre tem exceções e o fator “planejamento orçamentário” não se aplica a todas as empresas. A Microsoft, por exemplo, que também realizou demissões nas últimas semanas, termina seu ano fiscal só em junho. Nesse caso, os cortes são considerados um elemento de planejamento antecipado.

A crise nas big techs em números

Abaixo, os números de colaboradores demitidos (ou que ainda serão demitidos ) em 2022 nas principais empresas de tecnologia do mundo, de acordo com projeções do The Washington Post e da CNBC:

  • Intel: 24 mil funcionários
  • Meta: 11 mil funcionários
  • Amazon: 10 mil funcionários
  • Twitter: 3.700 funcionários
  • Snap: 1.300 funcionários
  • Microsoft: + de 1000 funcionários
  • Shopify: + de 1000 funcionários
  • Lyft: 700 funcionários
  • Netflix: 450 funcionários
  • Apple: + de 100 funcionários

Confira matéria na Época Negócios

Voltar para Início

Notícias Relacionadas

GSMA: 25% dos brasileiros têm cobertura de celular, mas não usam
Um quarto da população brasileira está na área onde há cobertura de celular, mas não usa. São aproximadamente 54 milhões de pessoas, que estão offline por falta de letramento ou porque não conseguem ter acesso aos smartphones, segundo estudo da associação global da indústria móvel, GSMA, lançado em conjunto com as operadoras Algar Telecom, Claro, TIM […]
Abap anuncia nova fase durante evento e promete abarcar todo ecossistema publicitário
Prestes a completar 75 anos, entidade se renova, amplia atuação e olhar sobre a atuação das agências A Abap anuncia que está pronta para virar a chave. Com nova missão, proposta, lema, identidade visual, além de diretoria e conselho mais diversos, a entidade quer assumir o compromisso de se tornar um Espaço de Articulação Coletiva […]

Receba a newsletter no seu e-mail