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Bloqueio político-algorítmico nas redes sociais, em especial FB e Instagram

Fonte: Brasil 274

2 de setembro de 2022

É muito perceptível que os perfis do Facebook/Instagram com tendência de esquerda, centro-esquerda e de apoio a Lula estão sofrendo um fortíssimo bloqueio algorítmico, em especial nos últimos 30 dias.

Não estou aqui falando especificamente de meu caso, mas também dele. A percepção é generalizada. As formas e a intensidade do bloqueio são os mais variados. Gente com conta suspensa, outros com audiência limitada.

O caso pode estar também em outras plataformas e redes digitais como Google que hospeda a plataforma de blogs, a Blogger. Tenho, esse blog há 18 anos, e mesmo que ele hoje, seja menos ativo, a redução de visitas nesse último mês é enorme.

São vários os depoimentos. Há muitos pesquisadores e analistas das plataformas, mídias e redes socais, tocando no assunto: Sérgio Amadeu (UFABC), Wilson Ferreira do blog Cinegnose entre outros. Porém, há também quem ainda não consiga perceber ou não se atente para a forma de atuação e de poder dos donos dessas gigantes corporações de tecnologia, as chamadas Big Techs.

É um sentimento estranho e de impotência, porque a sua percepção pode ser considerada apenas uma ideia persecutória ou conspiratória. Não há a quem questionar ou reclamar. Engraçado e contraditório é que se pode até fazer essa crítica no próprio FB, ou neste espaço do Google (Blogger), mas nada muda.

Sabendo que esse controle e desvios podem ser feitos, até com certa facilidade, por programação algorítmica, a partir dos dados sobre seu perfil, fica fácil deduzir que isso pode estar sendo feito por dinheiro. Por monetização.

Claro, se a principal receita dessas empresas-plataformas é com a renda de publicidade, essa pode estar sendo obtida não apenas com anúncios e impulsionamentos, mas com bloqueios de seus concorrentes de mercado ou de opinião e/ou posição política. 

Em muitos outros países isso já foi reclamado nos períodos pre-eleitorais e ficou por isso mesmo. Quase sempre os beneficiados com esse tipo de programação algorítmica são de direita e antidemocráticos.

Não por coincidência, aqueles que têm mais dinheiro para pagar por essas monetizações que ultrapassam quaisquer ideias de ética, quando se se sabe da existência de fábrica de likes e de operações desenfreadas como uso de robôs digitais que não são controladas e nem regulados pelos Estados.

É a isso que chamei lá atrás de batalhas de uma guerra cibernética eleitoral de 2022 no Brasil. Essas batalhas estão em curso e tendem a aumentar os ataques a apenas 30 dias do pleito de 1º turno. E todos sabemos que a concorrência eleitoral nas redes sociais é hoje, o maior espaço de disputa pelo poder de representação política desse tipo de “democracia ocidental”.

Quem executa essas ações não aparecem, não têm rosto e nem as programações que desenvolvem são avaliadas. As Big Techs se dizem éticas e possuem conselhos (e Cortes supremas) que agem. E ficamos nas autodeclarações de quem tem um poder que se apresenta como incontestável.

O filósofo francês, Pierre Lévy, já dizia em seu livro, Cibercultura (1999) que o acesso à informação é, simultaneamente, remédio e veneno. E hoje podemos afirmar que a enorme atratividade das redes digitais é também repugnante, porque serve, em especial, aos donos dos dinheiros e do poder.

Em síntese, essa desconfiança não tem como ser resolvida, porque você acaba tendo que passar por cima de tudo isso. É preciso construir uma opinião de maioria, mesmo com esses bloqueios algorítmicos em curso.

Enfrentemos, mas é preciso, a despeito a descrença como em 2018, arguir os nossos tribunais. Apesar disso, sigamos em frente. Será preciso derrotar o fascismo com todos os recursos que eles dispõem. A maioria expressiva – e uma vitória ainda no 1º turno -, poderá ser a forma para contornar como muitos Davids, esse Golias digital.

Confira matéria no Brasil 247

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