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TV por assinatura: os caminhos para as empresas de telecomunicações

Fonte: Meio e Mensagem

9 de agosto de 2023

No mês passado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) trouxe à público os dados colhidos por uma pesquisa sobre o market share de TVs por assinatura.

Os demonstrativos apontam que em oito anos – desde 2015 – a base de usuários praticamente caiu pela metade, totalizando, atualmente, quase 13 milhões de assinantes e consumidores do plano básico. Ao longo da última década, a queda no número de assinantes se consolida: em 2020, por exemplo, o montante correspondia a 15,5 milhões de assinantes – quase 11% menor que em 2019.

Todavia, as empresas de telecomunicações que operam esse tipo de serviço conseguem chegar em lugares em que a internet, muita vezes, é precária. Além disso, como disse o diretor de TV da Claro, Ricardo Falcão, para o Meio & Mensagem, as empresas de assinaturas estão passando por uma mudança, se transformando em hubs capazes de unificar a televisão tradicional e o streaming.

Um exemplo disso é a Sky, que firmou parcerias com HBO Max, Paramount+, Disney+, Star+ e Lionsgate+.

Por que assinar?

De acordo com Eduardo Tessler, sócio-diretor do Mídia Mundo, o serviço de TV por assinatura terá um desfecho fatal. Contudo, as empresas que o oferecem podem não ser tão afetadas quanto se imagina.

“A estratégias das telecons não é produção de conteúdo, é consumo de dados. É daí que vem o dinheiro”. Nesse sentido, essas empresas passaram a distribuir em acréscimo os planos de internet, produtos e serviços paralelos, desde banca de jornais à serviços de streaming.

Na aurora da popularização dos aparelhos móveis, as redes de telecomunicação – Claro, Tim e outras. – gerenciadas pela Telebras tinham um desafio: vender mais banda larga. “Aí, que elas começaram a produzir conteúdo, porque gastaria dados mais rapidamente”, explica Tessler.

O histórico da popularização da TV por assinatura

Historicamente, os meios de comunicação eletrônicos são distribuídos de forma gratuita. Sejam eles pelo rádio e pela televisão no século XX ou agregados pela internet, na atualidade. “Na Inglaterra, a BBC cobra uma tarifa, mas é uma coisa que não faz muito sentido. Na Itália tem a RAI [emissora estatal], no mesmo sistema, mas ninguém paga”, comenta Tessler.

Contudo, esse modelo por assinatura fazia sentido na medida que os canais estatais não abriam espaço para publicidade.

Ainda no século passado, o ambiente do hemisfério Norte foi favorável ao desenvolvimento dos modelos por assinaturas. Com uma cultura cinematográfica efervescente, a popularização da televisão e mudanças climáticas sazonais, como invernos rigorosos, os empresários do ramo viram uma oportunidade para criação dos serviços por assinatura.

Todavia, no século XXI, a digitalização levou para internet os canais mais tradicionais. “O celular vira um lugar de produção de conteúdo, em que se torna possível a criação de canais independentes. Tudo isso permite que o consumidor escolha em tempo real o que quer assistir, inclusive, pelo movimento das televisões criando plataformas de streaming. Então, o que se pergunta hoje é se faz sentido querer vender um acesso à conteúdos em meio a tantos acessos gratuitos. Existe algo que faça esse produto ser tão bom que eu possa cobrar?”, indagaa Tessler.

Futuro da mídia

Apesar de alguns especialistas declararoeem que o futuro da televisão se encontra no ao vivo, nem mesmo o mundo dos esportes está livre desse debate. A National Basketbal Association (NBA) não apenas vende os direitos de transmissão para emissoras de televisão, como vende a própria assinatura da plataforma de streaming esportiva.

No Brasil, esses questionamentos afloraram na medida em que as Copas do Mundo foram transmitidas tanto pela Globo quanto pela CazéTV, canal do youtuber e comentarista Casimiro. “Esse movimento de democratização da mídia acabou por desregularizar um mercado tradicional”, diz.

Confira matéria no Meio e Mensagem

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