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8 de março de 2022
Tenho falado sobre isso há alguns anos, em conversas e entrevistas para outros veículos. Percebi que não havia falado nisso por aqui. Estamos entrando em uma quarta onda do digital. Não, nada de criar uma nova nomenclatura para a internet. Se trata apenas de uma conclusão lógica que parte de um premissa.
A evolução tecnológica é rápida e isso tem impacto em mudança de cultura, comportamento e do ambiente de negócios. A premissa é que nem tudo muda ao mesmo tempo. Como já sabemos há décadas, tecnologias mudam antes (e mais facilmente) que pessoas (cultura). Pessoas mudam mais facilmente que empresas e estas, por sua vez, antes que políticas públicas e legislação. São quase 30 anos de internet comercial, cerca de 15 da explosão das redes sociais e cerca de 8 das big techs se tornando tão poderosas. Algumas dessas mudanças estão tão consolidadas que às vezes é estranho pensar que alguns de nós vivemos a maior parte da vida sem iPhone ou redes sociais. A quarta onda chegou.
Enquanto ainda discutimos a transformação digital das empresas, a onda de impacto e transformação em políticas públicas e legislação já começaram. LGPD e ESG, que estão com muita força, são apenas o começo. A discussão antitruste voltou ao radar nos EUA, e na Europa a cada momento surgem questões novas, sobre imposto, privacidade, sustentabilidade, concorrência e tudo mais. É uma conclusão simples e óbvia, mas relevante. Principalmente quando estamos ainda vendo apenas fragmentos dessa mudança. O projeto das fake news está gerando polêmica porque grandes empresas do varejo como Mercado Livre estão criticando e entrada dos marketplaces na discussão da lei. É apenas o começo.
As big techs e startups que surgiram em um cenário praticamente sem legislação agora precisam aprender a lidar com a nova realidade. Muitos dos lemas do Vale do Silício passaram a ser considerados datados, quando não ofensivos. “Fake it till you make it” (finja até você conseguir) e “move fast and break things” (mova-se rápido e quebre coisas) são dois exemplos. A Apple aprendeu isso rápido, trazendo para si a alcunha de defensora da privacidade. Escolha fácil visto que a maior parte de sua receita não tem relação com propaganda ou frentes que precisem desrespeitar isso. O problema será para as empresas cujo modelo de receita (ou pior, modelo de negócio) estão atrelados a esfolar o consumidor. Empresas como Facebook não precisarão se reinventar, mas nascer de novo. Para outras, como Amazon, iFood e Mercado Livre, quanto antes entenderem e aceitarem isso, mais agilidade terão para responder às mudanças.
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