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As estratégias das web rádios para conquistar o público

Fonte: Meio e Mensagem

11 de agosto de 2022

A proximidade com os ouvintes e um estilo mais descontraído são recursos que fazem com que as emissoras digitais entrem na briga pela atenção dos ouvintes e das marcas

As tradicionais emissoras de rádio, que têm um longo histórico na transmissão esportiva, descobriram o YouTube como uma alternativa para conquistar mais espaço com o público. Nesse movimento, também emergem as rádios que já nasceram no ambiente digital, com a a principal característica de utilizar a internet – sem nenhum sinal AM ou FM – para a transmissão em áudio em tempo real.

Dentro do ambiente esportivo, os canais especializados dividem espaço com streamings, TV e outras rádios e, para chamar a atenção do público, tentar criar um diferencial. Esse é o caso da Web Rádio Verdão, que cobre exclusivamente o time do Palmeiras. A equipe do veículo busca conversar diretamente com o torcedor, diferentemente das emissoras jornalísticas tradicionais, que precisam adotar uma linguagem mais imparcial.

O narrador – e um dos sócios do projeto – Bruno Massa, explica que essa é o principal característica que a WRV encontrou para conquistar o público. “O nosso diferencial está em tentar ser como um torcedor, fazendo a transmissão e falando em uma linguagem que eles conhecem”, diz. A rádio palmeirense conta atualmente com 147 mil inscritos no YouTube e está presente em outras redes como Twitter, Instagram, TikTok entre outras.

Além das web rádios especializadas, focadas em times como São Paulo, Palmeiras, Santos, Corinthians, Atlético Mineiro, e outras equipes, os streamings, de forma geral, estão priorizando a iniciativa de conversar diretamente com o torcedor. A Amazon, em sua transmissão da Copa do Brasil, tem além da equipe fixa formada por Tiago Leifert e Casimiro, comentaristas rotativos que falam pelo lado de um dos clubes. Algo similar aconteceu com a transmissão do Campeonato Paulista pela HBO Max, e no YouTube, pelo canal da Federação Paulista.

Informação e proximidade

Entretanto, no ambiente digital, a programação tradicional também ganha espaço. Por isso, Sidnei Fraioli se uniu ao ex-jogador de futebol, José Ferreira Neto, o Craque Neto, para a criação da rádio que leva o nome do ídolo corintiano.

O sócio da emissora, explica que a intenção de ambos era trazer informação e comentários sobre futebol de forma espontânea, contando com o estilo descontraído de Neto, que é comentarista da Band, onde apresenta o programa Os Donos da Bola, de São Paulo, nas tardes da emissora. “Começamos os trabalhos da rádio de maneira orgânica. Buscamos moldar a equipe para o mesmo estilo: brincalhão, mais moderno”, explica Fraioli.

Com esse modelo de transmissão, a rádio conquistou mais de um milhão e meio de inscritos. As reações do comentarista esportivo escapam das fronteiras do YouTube e fazem, algumas vezes, com que a transmissão seja repercutida nas redes sociais.

Mas, assim como as rádios tradicionais, os canais digitais encontram o desafio de competir com os streamings que entraram de vez na disputa pela atenção dos torcedores. Por isso, uma das missões principais é trazer o público mais  para perto, interagindo e fazendo com que ele se sinta parte de tudo o que está acontecendo. “Temos um perfil de interação muito grande nas transmissões, com chat e áudio que as pessoas mandam para nós. Muitas pessoas acompanham a gente há muitos anos”, relata Bruno Massa, da Web Rádio Verdão.

O narrador conta, ainda, que o canal coloca, de forma proposital, a câmera em um ângulo que demonstre um contato visual dos protagonistas da transmissão com quem está assistindo, para dar um tom mais pessoal.

Além disso, é importante se manter atualizado, de olho nas plataformas e na evolução desse conteúdo. Sidnei, da Rádio Craque Neto, explica que é importante entender a concorrência com essas novas ferramentas e se adaptar às mudanças. “Nosso canal não está só no YouTube hoje. Nós temos outras plataformas como a Twitch e a ideia futura é evoluir e modernizar”, explica.

Relação com as marcas

Um aspecto importante que faz parte dos planos das web rádios é o relacionamento com as marcas. Os parceiros proporcionam aos canais possibilidades financeiras maiores e são fundamentais para a manutenção do trabalho de todos os profissionais envolvidos. Para as marcas, em contrapartida, os canais oferecem uma grade completa de programas, que vão além das transmissões esportivas e englobam programas de debate e até mesmo playlists selecionadas.

Nesse contexto, e com a proximidade com o seu público, as web rádios conseguem oferecer algo personalizado. Segundo Bruno Massa, da Web Rádio Verdão, o diferencial que atrai as marcas é a possibilidade de ter profissionais que tratam com naturalidade as ações publicitárias, além de ser algo que tenha uma conexão com o público que é tão nichado. “Conversar com o maior público possível dentro de uma linguagem de torcedor e experimentando os produtos”, afirma.

Entretanto, [por serem nativas do ambiente digital, as web rádios têm, algumas vezes, outras ferramentas para se estabelecer financeiramente. No caso da Rádio Craque Neto e na WRV, existe a possibilidade de se tornar membro do canal, em um sistema em que o expectado paga um valor por plano e recebe, em troca, benefícios exclusivos.

Confira matéria no Meio e Mensagem

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