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65% dos consumidores não conseguem reconhecer uma imagem falsa, aponta pesquisa

Fonte: Propmark

13 de julho de 2023

Há alguns anos, o usuário que fazia edição de vídeos, áudios ou imagens precisava ter conhecimentos técnicos intrínsecos para manusear esses arquivos. Hoje, com a propagação da Inteligência Artificial (IA), mais pessoas passaram a ter acesso a múltiplas técnicas de edição, o que colaborou para a disseminação de notícias fraudulentas.

Na prática, o termo “deepfake” é proveniente de uma combinação de “deep learning” (aprendizado profundo) e “fake” (falso), consistindo em uma estratégia de associação de imagens ou sons humanos, com base em técnicas de inteligência artificial, para combinar a fala ou a cena de uma gravação já existente. O resultado são conteúdos sintéticos, mas muito bem-feitos, como o discurso do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciando rendição às tropas da Rússia. Ou o papa vestido em alta costura. Teve também o ex-presidente americano Donald Trump sendo preso de forma truculenta por policiais de Nova Iorque.

Fato é que as deepfakes estão em todo lugar, até na novela Travessia, da TV Globo, em que a protagonista da trama, Brisa, foi transformada, via IA, em sequestradora de crianças, tornando-se, com isso, uma vítima da deepfake. Outro caso recente foi a propaganda da Volkswagem, que recriou a cantora Elis Regina em peça publicitária, causando discussão na internet e virou caso de representação ética pela Conar.

Por isso o tema é tão importante, na opinião de Filipe Bento, CEO da Br24, a maior produtora de conteúdos sobre Bitrix24 no mundo: “Hoje, o sistema de construção de deepfakes está tão aprimorado que o reconhecimento do que é ‘true’ (verdadeiro) e do que é ‘fake’ (falso) pode se tornar uma tarefa bem difícil. Quando a deepfake nasceu, em 2014, aproximadamente, seu uso era mais complicado, devido à exigência de conhecimentos avançados em tecnologia, contudo, conforme a tecnologia foi avançando, soluções mais fáceis para produzir deepfakes foram surgindo”.

E as empresas, se não tomarem cuidado, estão na mira dessa prática. As vítimas em potencial são figuras públicas, cuja imagem ou voz está extensamente disponível na web. “Uma vez vítima, não há muito o que possa ser feito, porque a deepfake tem como característica principal a rápida velocidade de disseminação da foto, áudio ou vídeo.

O quadro pode ser ainda mais grave. Uma pesquisa da Accenture Technology Vision 2022, intitulada Meet me in the metaverse, aponta que 65% dos consumidores globais não sabem reconhecer ou identificar vídeos deepfakes ou conteúdo sintético. Por isso a prevenção, segundo Filipe Bento, é o melhor remédio: “Recomendamos sempre o brand safety, ou segurança da marca, que diz respeito a um conjunto de práticas para proteger as empresas de pessoas e ambientes indesejados. Entre as principais medidas, destaque para fazer uso de tecnologia de adtechs, inclusive de pré-checagem, em que é possível filtrar antecipadamente qualquer desconfiança de tráfego inválido”.

Ele lembra que os embaraços não estão somente relacionados à reputação. Em nome de uma empresa, hackers podem fazer uma verdadeira coleta de informações de seus clientes, prejudicando pessoas e colocando o negócio em situações adversas perante a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Confira matéria no Propmark

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